Pôes que... sentada aqui agora, mateando e queimando os neurôneos (falo difícil prá me exibir pros que ainda não me conhecem), fico pensando nesse tempo da tal Pós-Modernidade, em que as cosas cambiam com a velocidade de um Minuano chucro. E com as cosa cambiando, muitas se ganham, é verdade, como essa tal de internética! Mas otras – desgraçadamente – se perdem... E, das que se perderam, a pior de todas, com certeza, é... a grossura!
Não falo da grossura natural, como a de cuspir no chão e arrotar com gosto na primeira vez que se vai na casa dos sogros, que isso nem é grossura, é sinal até de cortesia com os viventes. Mas me encafifo com a falta daquela que fazia com que o índio velho, pilchado, que nunca vinha à cidade grande, se incomodasse com a quantidade de carros pelas ruas e olhasse com muito dó a criançada que nunca subiu numa árvore. Tenho falta daquela grossura, daquele exagero de modos, que a gente tinha quando encontrava um amigo querido, dos que não se via há horas, e fazia com que o povo todo reparasse. E da grossura de não saber o que é sair de casa batendo a porta do rancho, como faz a maioria dos meus vizinhos. Até daquela de ter vergonha de pôr o som do carro (de bois, evidentemente) a todo volume... em plena madrugada. E a de andar pelas ruas a toda velocidade, atropelando criança e cachorro... E nem vou falar da grossura de não querer o lucro acima de tudo. Pôes que isso já passa de grossura, é causo de rebenque. A de não derrubar árvore com ninho de passarinho, então?... Com toda a grossura... era causo de se aplicar uma boa sumanta no desgraçado.
Daí que, quando esse tal de Ministro Jobim me vem se ufanando de ter a nossa grossura – falou arrogância, eu sei, mas quis dizer grossura, só que se atrapalhou, é estrangeiro –, sem contar que me esculhambou os pobres crocodilos ainda por cima, só posso dizer que ele não faz a menor idéia do que seja grossura. Ou quem sabe a sua arrogância o impeça de ter grossura.